Julgamento
Defesas postulam desclassificação e absolvições no caso Bernardo
Promotoria sustenta a participação dos quatro réus na morte do menino em 2014
Último dia de julgamento tem início com explanação dos promotores públicos. As partes terão nova chance de expor seus argumentos na réplica e na tréplica. Em seguida, o Conselho de Sentença se reunirá para dar o veredicto. A tentativa de apresnetar vídeos que não estavam nos autos gerou confusão e o Tribunal de Júri indeferiu. Acompanhe a transmissão ao vivo pelo site do TJ-RS
Na quinta-feira (14), o julgamento durou 15horas de trabalhos no Salão do Júri da Comarca de Três Passos. Ministério Público e advogados que representam Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz falaram sucessivamente sobre as provas produzidas e apresentaram suas teses defensivas, pedindo desclassificação de crimes imputados e absolvições.
Os promotores de Justiça Bruno Bonamente, Ederson Menezes e Sílvia Jappe acusam Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz de serem responsáveis pelo homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, dissimulação e emprego de veneno) de Bernardo Boldrini, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (esse último, só Leandro).
"Bernardo morreu porque o ser humano não alcançou o nível da maldade de Leandro e Graciele. Todas as pessoas que tiveram contato com essa situação não acreditaram que pudesse acontecer o pior. Apesar de apanhar, ele nunca se queixou", afirmou Menezes. Os promotores pediram a pena máxima para Leandro e Graciele. "Esperamos que eles terminem a vida deles na cadeia", afirmou Ederson Menezes. Já a culpabilidade de Edelvania e Evandro, frisou o Promotor, deve ser medida conforme a participação de cada um dos irmãos Wirganovicz.
Leandro Boldrini
A defesa de Leandro Boldrini argumentou que a denúncia contra o pai de Bernardo foi feita em cima de conjecturas e provas falsas. O Advogado Ezequiel Vetoretti também criticou a imprensa pelo destaque excessivo ao caso, bem como a imagem de "monstro" que teriam criado do cirurgião.
Citou declarações de testemunhas que falaram bem do relacionamento de pai e filho e que não foram citadas na mídia. E também a influencia midiática na reabertura do processo que investigou as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo, após a morte dele, arquivado novamente.
Graciele Ugulini
O advogado Vanderlei Pompeu de Mattos declarou que Graciele Ugulini é ré confessa, mas não havia intenção de matar a criança. Entretanto, admitiu que não há argumentos para a ocultação do cadáver, o que classificou como uma "atitude insana". "Uma tragédia acidental. Ela vai responder por homicídio culposo e ocultação de cadáver", resumiu. "Uma decisão serena para que estas pessoas possam ser reinseridas na sociedade", desejou o defensor.
Pompeo de Mattos criticou o que chamou de "desvirtuamento da dinâmica", conferindo à imprensa um apelo excessivo ao caso. "Não enxergo a comunidade sentada aqui. Aqueles vingadores de plantão disseminados por entrevistas, induzidos ao erro. Cadê a comoção social?" O defensor afirmou que as expressões usadas por Graciele sobre Bernardo foram ditas "no campo da teoria". E alegou que o menino se automedicava e que o excesso de ingestão do remédio causou a sua morte. Chamada de psicopata pela acusação, Pompeu de Mattos afirmou que Graciele apresenta um quadro depressivo e que a madrasta de Bernardo pensou em suicídio. E defendeu a semi-imputabilidade dela.
Edelvânia Wirganovicz
Os advogados Gustavo Nagelstein e Jean Severo fizeram a defesa da assistente Social Edelâania Wirganovicz. Eles argumentaram que ela não tinha motivo para matar Bernardo. E que a participação dela no crime não é a mesma que a do pai e da madrasta. "Esperamos que vocês concluam que ela não matou esse menino e, sim, ajudou a esconder este corpo. Ou, então, entendam que a participação dela foi bem menor que a de Leandro e Graciele."
Evandro Wirganovicz
A defesa de Evandro Wirganovicz foi realizada pelo advogado Luís Geraldo Gomes dos Santos. O defensor criticou o inquérito policial e a denúncia do Ministério Público, apontando equívoco na análise das provas e das interpretações. "Um processo feito na base do achismo." O advogado defendeu que a Polícia induziu o MP.
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